29 janeiro 2012

"Jogado aos seus pés, eu sou mesmo exagerado."

A expectativa era de uma noite tranquila ao som de Frejat, a praia lotada, e os amigos reunidos. Uma playlist conhecida e apreciada, uma cantoria solta. A intenção era de uma noite bastante agradável, espantando os males com minha voz. Pedi a Deus um pouco de malandragem e um amor que fosse bom pra mim. Ouvi Bete Balanço querendo realmente ouvir a voz de Bruno Gouveia [vocalista do Biquini Cavadão]. Chorei, com saudades antecipadas de um melhor amigo que vai embora, ao ouvir a voz linda de Frejat cantando Mais Uma Vez. E a cada intervalo de música não me cansava de gritar: BIQUINI, BIQUINI, BIQUINI. Pra quem não sabe, haveria um show deles na mesma noite, e por alguns problemas o show foi cancelado. A minha frustração e decepção foi tamanha. Esperava por esse show a meses, e ele não podia ser cancelado assim, da noite pro dia. Chorei e me conformei. Mas não com a ideia de não mais terminar minha férias ao som dos meus ídolos. E durante o show de Frejat, brincávamos, chamando o Biquini Cavadão. Era uma forma de lamentar a ausência deles por aqui. E por aí foi. Sabíamos quase todas as músicas, nos esbaldamos no show. Já estava tudo em perfeito estado. Parecia não ter mais como ficar melhor. Até que é apresentada a última música, a saideira, como dizem. E assim, com essas palavras Frejat comunica: "Irei chamar agora ao palco, um grande amigo meu, para fazer parte dessa última música... blá blá blá." E começamos a brincar, dizendo que quem subiria ao palco seria Bruno Gouveia. A brincadeira virou realidade. O vocalista da minha banda favorita, a qual o show havia sido cancelado, subiu ao palco com toda fervura de show espetacular. E eu não pude acreditar. Não sei se foi realmente 'exagerado', mas foi bastante digno. Minha reação foi não ter reação, ou quem sabe ter reação até demais. Simplesmente chorei. Conheci o choro de alegria, de satisfação, de surpresa. Consegui encaixar numa lágrima só milhões de bons sentimentos. E esqueci todos a minha volta. Perdão. Mas não havia mais ninguém ao meu lado. Era apenas eu me esgoelando por não acreditar no que via.  A música era Exagerado, que possui um arranjo magnífico quando feita por Bruno. Eu realmente cantei exageradamente louca, apaixonada e agradecida. E quando o show acabou eu já não cabia mais em mim. Eu não sabia se acreditava e abria os olhos, ou se continuava sonhando. Só senti uma mão me puxando pra longe dalí. Precisávamos ver os caras. Era uma chance única. E fomos. Esperamos cada minutos com uma ansiedade singular. Fizemos o que pudemos. E ai me aparece o baixista do Biquini. Havia alegria escorrendo por todos os lugares. Ela não cabia mais dentro de mim. Eu suava felicidade. Fomos as primeiras a atacá-lo com uma câmera na mão. E impossível não agradecer de joelhos por tudo que o melhor amigo do mundo fez por nós. E o show, passou de 'muito bom' para maravilhoso. Guardarei apenas duas garantias deste dia: a foto ao lado, e a sensação de surpresa misturada com alegria e gratidão ao ver ele subir no palco. Muitos não entenderão, muitos julgarão banalidade, muitos rirão desse texto. E poucos realmente compreenderão o significado disso tudo. Eu conheci a perfeição.
Sabe quando te perguntam: Qual foi o dia mais feliz da sua vida, ou o melhor dia da sua vida? Você nem sempre sabe responder. Pensa e repensa todos os acontecimento e chega ao ponto de não ter tido, ainda, o melhor dia da sua vida. E eu posso afirmar com todas as letras, que o dia 28 de janeiro de 2012 foi, de longe, o dia mais feliz da minha vida. Agora eu terei uma resposta  e será, sem dúvida, a mais bonita.


Dani Fechine

"Sábado, na casa de Eliza..."

Muito fácil falar de uma comemoração de um amigo ou qualquer outra pessoa. Difícil mesmo é falar de uma comemoração que te mata de todas as formas. De alegria e principalmente de saudade. Difícil mesmo é descrever o momento de estar o lado de uma pessoa que você vê muito pouco, mas confia demais, uma pessoa que você pouco abraça, mas que nunca sai do seu lado. É muito difícil falar de alguém que você conhece a anos, que você não vê todos os dias, mas mesmo assim a ligação nunca se quebra. Eu acho que pude matar as saudades de uma vida inteira em apenas um sábado. É no mínimo estranho passar o dia com você. Muito menos quando se comemora algo de tamanha importância. A passagem de uma nova fase. É muito bom estar ao seu lado, amiga. É tão bom, mas tão bom, que mesmo você quase não parando quieta, rodando aquelas mesas feito um peão, eu já estava satisfeita. E o que é melhor ainda é te ver ser a pessoa mais feliz do mundo, com aquele band-aid  na sobrancelha, virando a taça de champagne mesmo sem querer, mas pra agradar. É muito difícil descrever como é bom te ver assim e estar com você assim. Ter uma amizade, realmente, é pra ser fera. E não há ninguém com o maior poder do mundo que nos separe e nos desuna. Porque eu confio plenamente em casa palavra sua e cada gesto seu. Eu sei que quando eu precisar eu vou te ter ao meu lado, e quando você cair eu vou te levantar. Costumam chamar isso de cumplicidade. Eu chamo de ser fera. Sábado, na casa de Eliza, eu pude perceber uma amizade que nunca vou querer acabar ou deixar passar. Eu pude provar pra mim mesma que amigo é um tesouro pra se guardar realmente a sete chaves, e sempre proteger, cuidar e alimentar. Sábado na casa de Eliza, eu prendi o choro de saudade. Eu senti realmente a hora da partida de chegar. E da mesma forma que é difícil descrever a sensação do "até logo", foi difícil pronunciá-lo. É a hora que a garganta fecha, e o que não sai pela boca, escorre pelos olhos. Eu só sei dizer que já estou com saudades de você, Fera. 


Dani Fechine

27 janeiro 2012

Entre o coração e a razão, escolho a dúvida

Vou contar-lhes uma história verídica. Tão verídica quanto os contos de fadas e os monstros do seu armário. Venho falar de uma relação destroçada, que basta respirar e ela já existe. A relação mais desarmoniosa que possa parecer. Os dois não se batem de jeito nenhum. Um diz uma coisa, o outro já pensa completamente diferente. Se um quer o outro desiste. Se um se quebra em pedacinhos o outro vira as costas. É uma relação que o orgulho vence. E ou é um ou é outro. Nunca em conjunto, nunca um consenso. É duro, é bastante duro conviver com esses dois. Porque se um se derrete todo, o outro está mais firme que uma rocha. Enquanto um está pensando, o outro já decidiu. Enquanto um manda soltar, voar, dar os passos por si só, o outro já manda prender, acorrentar, nunca, nunquinha deixar ir embora. Há quem acredite que eles nunca darão certo. E eu concordo plenamente. Cérebro e coração jamais se arranjarão. A diferença já está na posição. Enquanto um está no topo, o outro ainda tem dúvida se fica do lado esquerdo do peito ou se sai pela boca. Há quem diga que é muito menos perigoso ter razão... Ou que é muito mais sincero seguir os sentimentos. Há quem siga seu caminho pelas batidas do coração, como também existem aquelas que preferem a exatidão do cérebro, da razão. Para este último, qualquer passo em falso é culpa do coração. Colocou uma pitadinha sequer de sensibilidade e foi-se tudo por água abaixo. O cérebro é mais rígido do que você pensa. E mais orgulhoso do que você. Muito fácil agir por impulso, muito fácil optar pelo que te faz tremer mais ou pelo que já te fez chorar. Sim, porque quanto mais você chora por algo ou alguém mais o coração faz questão de querê-lo. Já o cérebro não, ele raciocina perfeitamente, milimetricamente, não deixa rastros nem dúvidas. Ele sabe o ponto exato onde chegar e sabe acertar. Ta aí a explicação para um simples descaso do ser humano com o cérebro. Nunca gostamos do que nos leva exatamente ao lugar certo. Na verdade, nunca gostamos do que é fácil e do que é mais sensato. O perigo nos atraí. Isso é um fato impossível de discutir. O caminho que o coração faz é bem maior, doloroso, aventureiro e muito sensível. Mas ele sempre chega ao mesmo denominador que o cérebro atinge sem ultrapassar tantas barreiras. O problema está aí... São tantos pulos que você precisa dar quando segue seu coração, que as vezes você não chega ao final. O cansaço toma conta por completo. Dizem que cansaço não significa desistência. Muitas pessoas continuam tentando, mesmo cansados. Não é a coisa mais fácil do mundo seguir o coração. Pra isso, é preciso ter amor. Não é a coisa mais difícil do mundo seguir a razão, é preciso confiar. Não é porque amor e confiança andam juntos que o coração e o cérebro sejam irmãos. Contraditório, eu sei.

Dani Fechine

26 janeiro 2012

"Mas em seu coração trazem o dom de amar..."


Venho comunicar-lhes o que é uma amizade. Talvez um sentimento que muitos alegam sentir, existir, e poucos realmente colocam em prática. Um sentimento comum, pode-se dizer. Um sentimento pouco sincero por aí. Venho dar uma aula sobre amizade. Sem prepotência alguma, eu realmente sei o que é isso. Eu realmente sei o que é receber uma surpresa e chorar de emoção porque simplesmente você tem pessoas que se importam com você apesar de tudo que você é. Sei o que é chorar de saudades porque um dos seus amigos mais importantes e estimados vai simplesmente embora, sem data e hora marcada pra voltar. Sei o que é dar um adeus pra alguém que mesmo morando na mesma cidade parece que partiu sem volta. Sei exatamente o que é sentir saudade de alguém que você nunca viu, mas ouviu como nunca, alguém que do outro lado do país te passa uma confiança indescritível. Sei exatamente o que é sentir falta de alguém que em um simples ano conseguiu registrar toda uma amizade, mas foi embora. Só restam-me visitar. Quando puder.
Quero dizer a vocês o que realmente é uma amizade. Não é só sentir saudade. Isso é muito fácil. Ter uma amizade é muito mais do que está ao lado, muito mais que ser vizinhos. Ser amigo não é pra todo mundo. É preciso amar demais. É preciso ser forte demais. Ter uma amizade é dar o seu ombro quando na verdade quem precisa de um consolo é você. É simplesmente se preocupar, sentir o coração apertar. É não saber o que fazer com o problema do outro, é não ter como ajudar, mas nunca sair dali. Sempre presente, sempre firme. Ser amigo é dar valor a cada sorriso que é recebido. É pedir um abraço apertado de presente de aniversário. Porque nada te mata mais de saudade do que um abraço arroxado. Ser amigo de verdade é um dom. Eu posso te afirmar. É simplesmente ter palavra de conforto, é amar na distância, é sentir saudade e realmente telefonar, visitar. É chorar e sentir uma mão impedindo das lágrimas caírem. É chorar junto também. Ser amigo é uma responsabilidade gigantesca. É estar presente quando o mundo inteiro resolve virar as costas. É sentar ao lado e dizer que tudo ficará bem, mesmo não ficando. Mas é confortando que as coisas se ajeitam. Ser amigo é muito mais do que receber. É doar-se sem pensar na recompensa, é dar um passo sem pensar no tamanho dele. É estender a mão sem saber se alguém irá segurá-la. Ser amigo é tentar acima de tudo. É ser sincero com os fatos, é bater na cara pro outro acordar pra vida. Afinal, com exceção de 2 ou 3 pessoas, você é a única que sabe o bom pra ela. Os amigos sempre têm razão. Pare e pense quantos conselhos você recebeu, quantos você seguiu e quantas vezes você disse: "Bem que fulano tinha dito". Ser amigo não é ser um caderninho de segredos. É estar ao lado mesmo do outro lado do mundo.

Dani Fechine


(Falando nisso...)

Anjos

Pimentas do Reino

Há momentos em que a solidão aperta
E a tristeza quer se instalar
Então clamamos o socorro do Deus vivo
Ele nos manda anjos pra nos animar
Não têm asas e não podem voar
Mas em seu coração trazem o dom de amar

Preciso da sua amizade
Da sinceridade do teu carinho
Eu sei, pode não parecer com meu jeito de ser
Mas você é muito especial

É tão bom ter alguém pra te ouvir
É tão bom ter alguém que se interesse
Saiba te entender
É tão bom me sentir a vontade pra dizer a verdade
Ser aceito como eu sou

25 janeiro 2012

Psicologia confusa

O desconhecido parece habitar cada vez mais. O sentimento, a reação, a procura, a falta, o sorriso, a necessidade. Cada um se mostra mais novato ainda em suas aparições. É algo muito estranho, muito difícil de presumir ou de afirmar. Dizem que quando a gente sofre uma vez a gente leva um pouco disso pra nossa vida. No começo, batemos o pé e afirmamos ser mentira. Mas quando isso vem em cena, não existe verdade maior.  A gente traz o medo de tudo se repetir. É isso que vem na mochila. E não pensem que ele é generoso conosco. Mas passado foi feito pra ser lembrado, nunca torturado, nunca arrependido. Foi feito pra saber usar, usar bem. Passado não foi feito para ser refeito, reescrito, repensado. Passado foi feito pra errar, aprender e ensinar. Passado não foi feito pra chorar. Estou aprendendo a reciclá-lo.
Dizem que só se fica boba uma vez. Assim de tremer as pernas, esfriar as mãos, de embrulhar a barriga. Dizem que só se fica assim pela primeira vez. Você deve está pensando: "Quantas primeiras vezes vão existir então?" Você vai sentir sintomas de 'bobice' sempre que sua ansiedade falar mais alto que você. São sintomas de uma embriaguez. Embriaguez de paixão. Amor não tem nada a ver com isso. É só a boa sensação de esperar um boa noite, um abraço e nada mais. É só o medo de nada mais dar certo. É ai que volta o passado. Medo de dizer o que sente, e o outro não se importar. Medo de dizer o que sente, e você mesmo não se importar. Medo de dizer o que sente, e você se enganar. Solução? Apaga por uns tempos o passado, o que foi bom mas não existe mais. Finge que a caixa foi queimada, que mensagens nunca foram recebidas, e que um 'eu te amo' nunca foi dito. Finge que nada existiu. Que o abraço pode ser apertado de novo, que o sorriso de outra pessoa pode ser o mais bonito, que a sinceridade possa existir agora. Sei lá. Finge ser real. Finge acreditar em tudo. Mas finge bem. Acredite na farsa. Chega uma hora que ela vira realidade. Triste realidade de que tudo não passou de um filme. Um bom filme. E tanto faz se enganar ou acontecer de verdade, tudo sempre acaba mal no final.
É isso que acontece com todo o medo que você coloca na jogada. Parece que tudo vai ser igual sempre. Ficou confusa? Muito fácil. Leia e perceba o que o medo e o 'passado magoado' faz com você. Tudo que você precisa é voltar a acreditar em si mesmo. Porque tudo isso é fruto de um coração partido mal remendado. Mal remendado por você. Levanta da cadeira, faz uma ligação. Chama pra sentar ao teu lado quem você deixou passar algumas vezes. Pede um beijo, um abraço, um consolo por qualquer coisa que te fez chorar. Por qualquer besteira. Manda uma mensagem, pede um cafuné. Faz uma visita e pede pra alguém te fazer feliz como ninguém jamais fez. Pede pra que tudo seja verdade, que tudo seja bom como nunca foi realmente. Pede pra ser feliz sem marcar no relógio. E com toda sinceridade que existe no seu olhar e no seu sorriso, pede por favor, um amor melhor, maior. Pede, sem vergonha nenhuma, uma caixa nova.


Dani Fechine

21 janeiro 2012

Mudando a rotina - Lotação

 Pedi parada, e o ônibus mais lotado do mundo parou pra me deixar subir. É aquele velho momento que você para e pensa: vou ou espero o próximo? Mas, pra não se atrasar você entra. E é aquele aperto, segurando a bolsa na frente pra ladrão nenhum se aproveitar do seu descuido. E eles ainda conseguem uma falcatrua, acreditem. Você não sabe se fica ali por trás mesmo, ou se vai lá pra frente porque fica mais fácil de descer. Até que você para no meio do ônibus. O lugar onde todo mundo fica. Porque não consegue mais se movimentar nem pra frente nem pra trás. Aí, quando se encontra alguém muito bondoso sentado, você consegue se livrar pelo menos dos cadernos que está segurando.
Entra de todo tipo de gente no ônibus. Desde empresários com carros quebrados até pessoas pedindo uma ajuda porque fulano está muito doente.  E também vai depender dos horários. De amanhã cedo, nos dias úteis do mês, você só encontra estudante. E o ônibus é mais lotado do que tudo na vida. O que tem de mochila e caderno não tá no gibi. Em horário de almoço são poucos os ônibus cheios. Porque os horários das pessoas não se batem, e cada um pega um ônibus diferente. O pior é a tardinha, quase chegando a noite. Aquele cheiro de combustível. O famoso cheiro de fim de tarde que tanto me dá agonia. Os ônibus estão entupidos. É a hora do assalto. Estão todos cansados o suficiente pra pensar em segurar a bolsa. E fica do jeito que está mesmo. Chega alguém, mete a mão no bolso e leva embora. Ninguém nunca vai saber quem foi. Sem falar no trânsito que está por essas horas né? Além da demora pra chegar em casa, sempre vai ter alguém gritando: "Calma aí, vai descer...". E quando enfim você consegue um lugar pra sentar? Entra um idoso e você precisa ser generoso o bastante pra ceder a cadeira, aliás, ele precisa mais do que você. Ou então entra uma grávida, ou uma mãe com o bebê no braço. São situações inevitáveis, que se ninguém se levanta, você toma a iniciativa. Ou pior... Você arruma um lugar super confortável, se acomoda muito bem. E de repente escuta aquela música nas alturas. Música não, na verdade é uma batida muito desagradável. Olha pro lado, está a criatura ouvindo música sem fones de ouvidos. Ninguém é obrigado a ouvir essas baboseiras todas, mas também ninguém reclama. Ainda tem muita coisa pior dentro de ônibus. Está aquela aperto, aquela muvuca inteira, e alguém com um odor terrível levanta o braço ao seu lado pra segurar na barra de cima. Você só não desmaia porque tem uns dez corpos te impedindo de cair.  Sem falar que ônibus é o universo dos perfumes né? Vai de Jhonson&Jhonson até o Malbec, que você sente o cheiro do final do ônibus. E quando você tem alergia a algum deles? Só te resta esperar ansiosamente a hora de descer. Ainda tem aquela hora que você precisa pegar ônibus em clima chuvoso. Tem coisa pior? Janelas fechadas e um abafado que ninguém aguenta. Sem contar que entra gente no ônibus com a sombrinha encharcada, e levanta o braço com ela na mão. É a hora que você toma um banho mesmo estando num lugar fechado. Você faz tudo isso, eu sei. Agora, por favor motorista, para na próxima parada porque não aguento mais esse turbilhão de diferenças num ambiente só.

Dani Fechine

20 janeiro 2012

Carta para os Pangas

 O novo ano já chegou, mas pra gente ainda não. Digamos que falta uma semana pra tudo começar de verdade e cairmos na realidade de que nenhum ano mais se aproxima. Este é o último, é o único. Depositaremos nele todos os nossos desejos de uma turma irmã. Nós que sempre fomos tão auto suficientes, tão "só nós 20", seremos só nós. Sozinhos. Você contra o mundo inteiro. Nós que sempre fomos vinte mas sempre um só, vamos ter que nos acostumar a ser um e exclusivamente um. Ninguém na somatória. Não creio na ideia de que um ano seja suficiente para me fazer acreditar que tudo que vivemos vai ficar apenas em fotos, histórias e memórias. É uma vida muito grande pra se guardar e não viver mais. É uma história que não teve um começo, mas parece que o fim fica cadê vez mais próximo. Nos juntaremos mais do que nunca, não tenho dúvida. Mas choraremos também mais do que qualquer bebê quando sente saudade da mãe. Isso também não me resta dúvida. Nos abraçaremos com a sensação de nunca mais sentir aquele aperto. Me parece ser o fim do mundo, realmente. Não ter mais meus irmãos todos os dias ao meu lado. Me parece realmente que nada mais vai fazer sentido. É uma irritação que com toda certeza irá fazer falta, uma voz que mesmo sendo chata para os seus ouvidos, você vai desejar ter de volta. Nós sempre fomos únicos dentro daquela sala. Nada por trás daquela porta interferia na nossa alegria. Nunca dependemos de outras pessoas ou de superiores para ser feliz um pouco. Conseguíamos a felicidade com uma simples piada. Vocês entendem o que digo. Isso sempre nos bastou. Quisemos tanto que tudo saísse perfeito por ser o último, que parece que quão mais simples for, mais intenso será. Todos já viram, só nós não percebemos que a simplicidade nos atrai. É por isso que amamos uns aos outros. É por isso que ninguém tem coragem de abandonar ninguém, de virar as costas pra ninguém. Como uns costumam dizer por lá mesmo: "Somos Brothers". E querem nos separar. Que judiação. Não se tira um pirulito de uma criança quando ela já o colocou na boca. Não se maltrata ninguém assim. E realmente como uma criança eu desejaria uma lâmpada mágica. Talvez eu não tivesse os três desejos pra fazer, mas pediria um prolongamento. Um aviso prévio maior, por favor. Nunca dependemos de ninguém quando estávamos juntos. Mas dependíamos de nós mesmos para sermos quem somos. Eu dependi de todos vocês pra ser quem eu sou hoje. Nos conhecemos mais do que qualquer outra pessoa. Vocês sabem os meus defeitos e os meus gostos. Sabem todas as minhas reações e sabem ler todos os meus sorrisos. Você nasceram com um dom. E que dom hein? O dom de unir as pessoas e de fazer crescer essa união. Acho que somos únicos. Choramos porque sabemos que sentiremos falta da rotina. Somos antecipados demais, admito. Eu só tenho uma pergunta pra fazer... Em qual lugar do mundo eu vou poder falar bem alto e ninguém reclamar por isso? Nossa casa me fazia ser eu sem ter vergonha de mais nada. E agora eu pergunto pra vocês, pangas amados e amargurados pela despedida, como viveremos, como sobreviveremos, como caminharemos? Estou tentando decifrar isso a muito tempo.

Dani Fechine

18 janeiro 2012

Mudando a Rotina - Desabafo de uma leitora

Sabe quando você se sente em meio a uma tempestade e acha que nunca vai sair disso? Mesma coisa quando você chora por alguém achando que não vive sem ela sendo que você viveria. Esse é nosso erro em achar que nada tem solução, sentar em cima do problema achando que nunca vai ser resolvido. Penso que a vida é não tão pouco para se lamentar por não passar num vestibular ou não ser amada pela pessoa que desejamos. Quando não é pra acontecer é porque não é o tempo certo. Esquecemos de algo tão importante que é Deus e que pra ele tudo é possível, mesmo que para nós, humanos, seja impossível. Esquecemos que ele tem o nosso livro da vida e que temos que viver os sonhos dele e não os nossos sonhos. Não adianta a gente nadar contra a correnteza ou insistir em lâmpada queimada. O certo é toda manhã pedirmos para que o dia seja abençoado e no final da noite agradecer por tudo, pelas alegrias e pelas tristezas. Mas escrever e ler é fácil, o difícil é colocar em prática, o difícil é correr atrás da nossa felicidade. Não esqueça que a única coisa que cai do céu é a chuva, o resto se conquista subindo degrau por degrau. Mas não use pessoas ou sentimentos pra subir por que tudo que se planta hoje um dia se colhe.
 Então todos passamos por essa tempestade, mas podemos ter a certeza que logo o brilho do sol vai aparecer de novo, as alegrias serão renovadas e o pote de esperança vai estar cheio novamente. Primeiro vem a chuva para depois aparecer o arco-íris. Essa é a natureza da vida e temos que nos acostumar.

Texto de Camilla Gabrielle , postado por Dani Fechine.

17 janeiro 2012

Seria mesmo um sonho?

E cada uma seguiu a sua vida. Meses atrás ele saiu da dela e ela saiu da dele, deixando claramente um pedaço no coração de cada um. Era o que ela esperava. Não havia mais nada que os ligassem. Apenas um presente ou dois, na casa de cada um. E quem sabe nem isso fizesse ligação mais. Um porta retrato escondido ou jogado fora e uma almofada sem mais significados. Virou um travesseiro. Uma ligação, só se for muito preciso. E se for pra pedir algum favor, claro. A interação fica cada vez pior. Os dois, cada vez mais distantes. Agora? Nem se conhecem mais. Deu pra perceber como as coisas mudam muito rápido. Os meses voam quando você precisa que eles só corram um pouco. E aí os olhares também se perdem. Ninguém se conhece mais, ninguém dirige sequer uma palavra, ninguém se importa mais. E os dias continuam a passar. Brigas acontecem por motivos indiretos. As linhas são retas demais, paralelas demais. Nunca mais se tocaram e parecem que não vão nunca mais. E a noite, cada um com seu travesseiro e em suas casas muito distantes para se encontrarem nas ruas por acaso, se deitam e voltam ao passado. Dizem que os sonhos ou são previsões ou algum desejo muito forte que você guarda. Prefiro não acreditar em nada. Na ausência de alguém eles se encontram, e realmente parece filme mas  muito vida real também. Se abraçam e sentem a falta que cada um fez pro outro. Não se passa 5 minutos e a amizade de antes já está tão bem atingida que ninguém diria terem um dia se separado. É aquela estranha situação de chamar o outro de "amor" quando não existe mais nada entre os dois. "Ops, amor não, desculpa." Foram essas as palavras dela. Respondida com um sorriso muito do tentador. O local? Um elevador. Do shopping, muito provavelmente. E como em sonho mesmo, parece que o elevador para e te vem na cabeça uma história de 500 anos. É como se o momento congelasse. É demais para um sonho só, não acha diretor? Até que as luzes voltam a acender, e os dois se encontram abraçados novamente, se protegendo de algo que ambos sabem o que mas preferem não acreditar. Algo um dia os separaram, algo muito forte que os fizeram nunca mais serem um. Não queriam que a 8ª vez acontecesse. Mas parecia inevitável. Parecia que o adeus era realmente o final de todos os capítulos que teriam que ser escritos. Mas antes de qualquer situação a ser exposta, antes de qualquer desatar de mãos, antes de qualquer lágrima cair e de qualquer cabeça abaixar, ele finalmente soltou algumas palavras: "Nossa história está ficando cada vez mais bonita." E ela, com um olhar e uma lágrima de quem queria que isso realmente fosse verdade, respondeu: "Não... Nossa história está ficando cada vez mais difícil." E de cabeça baixa, cada um voltou a seguir o seu caminho. Aquele que jamais se cruza pra sempre.
Bom dia. Acordei.


Dani Fechine

09 janeiro 2012

Já faz tanto tempo desde a última vez

 Já faz tanto tempo. Faz tempo que a angústia acabou, que a saudade parou, que o sorriso mudou. Faz tempo que o choro estancou, que o abraço mudou, que a interação acabou. Faz muito tempo que tudo mudou. A foto rasgou, a caixa furou e esvaziou. O coração parou. Voltou a funcionar, confesso. Voltou a ser um coração. Não o mesmo que eu conhecia. Tivemos que nos apresentar novamente, remendar todas as aberturas que havia, pra enfim, voltar a bater. E ele voltou. Mas agora precisa aprender exatamente como agir, como tomar decisões. Meu coração agora está novinho, mas precisa aprender a esperar. Precisa começa do zero. Sabe aquela mulher que se acostuma e se prende a um esmalte ou um batom só? Porque tem que ser aquela cor e daquela marca? Só que de repente o cosmético sai de linha, e você tem que se adaptar a outro, porque afinal, você não vai ficar feia por conta disso. Com o coração é a mesma coisa. Ele se acostuma com uma só pessoa, porque ele ama uma só pessoa. E então ele se acostuma a sair com uma mesma pessoa, ele se acostuma a sentir uma única sensação ao receber um abraço, ele se acostuma a acelerar por uma mesma pessoa de sempre. Só que de repente essa pessoa sai de cena. E não é o tipo de coisa que você compra por aí ou que você acha uma imitação. É o tipo de situação única. Ou de pessoa única. Como queira. O coração se acostumou com ela, só que agora ele precisa se acostumar sem ela. E assim como a mulher vai atrás de um esmalte ou batom novo, de outro cor, o coração vai atrás de outra pessoa, com um coração melhor. E lá se vem outro processo. Além de se acostumar sem ela, o nosso coração sente a necessidade de se acostumar com outra pessoa. Não é a toa que ele é único, sozinho. Nosso coração sente a necessidade de encontrar outro. E é por isso que ele nunca se acostuma quando não tem pessoa alguma fazendo ele acelerar. E como ele está novinho e intacto, ele não sabe como agir. E então acontece tudo novamente. Ele acelera e desacelera até se acostumar com a nova criatura que se apossou um pouco dele. E a gente acaba desaprendendo também como ensiná-lo a prosseguir. De repente nós mesmos nos acostumamos sozinhos, nós mesmo nos acostumamos a não sentir nada. Por nada, por ninguém. Mas como tudo e todos na vida, a gente se acostuma a se acostumar com o costume de ter que se acostumar e desacostumar sempre. Só que a gente se acostuma também a sentir falta. A gente se acostuma a fazer menções sobre a mesma pessoa de sempre, colocando aquele novato no meio só pra não deixá-lo de fora. Falando a verdade mesmo... A gente se acostuma tanto com a palavra "inesquecível" que nunca esquecemos de ninguém que deixou marcas bonitas e feias no nosso coração. Nem que seja uma simples digital estampada num papel amassado que você encontrou atrás da sua porta. A gente nunca esquece nada que nos faz ter recordações todos os dias. O seu coração não bate mais por essa pessoa. E talvez nunca mais baterá. Mas de vez em quando ele faz uma conferência com o departamento de memórias e resolve te mandar o sentimento de nostalgia que tanto te faz achar que o sentimento não tem fim. O sentimento não existe mais. O que existe é a sensação maravilhosa e ao mesmo tempo dolorosa de lembrar o que foi bom. Ou o que você achou que foi bom. E só. Seu coração bate por uma pessoa nova. E você sabe disso. Sua barriga sente frio por conta de uma pessoa nova. E você sabe disso. Seu coração chama uma pessoa nova. E você sabe disso. O que é que falta?
Nada.

Dani Fechine

06 janeiro 2012

A primeira crônica

Tentava me concentrar para escrever minha primeira crônica. O barulho do som do vizinho me impedia de pensar qualquer coisa que me fizesse ter alguma inspiração. A falta de assunto já me corroia há muito tempo. Pensei ainda em escrever sobre a fila enorme que enfrentei no banco na semana passada. E sobre as milhões de coisas que costumam ocorrer na nossa volta, nessas horas. Mas achei clichê demais falar sobre filas e pensei em escrever sobre o casal que vi namorando no banco da praça. Eles pareciam apaixonados demais e por esse mesmo motivo eu deduzi que não fazia muito tempo que estavam juntos. Mas era meloso demais para uma primeira crônica. Pensei até em escrever sobre como foi ver meu resultado do vestibular. Mas como não havia vivido ainda, seria muito pouco analisado. Não sairia nada bom.
E sentada na poltrona que sempre me traz boas inspirações, enfim penso em algo que me traria um bom texto. Certo dia andava na praia como quem não queria nada, apenas sentir o sol e o vento. Mais nada. Andava pra tentar chegar a algum lugar que não fosse a minha casa ou qualquer outro lugar muito conhecido. E de longe, de muito longe, avisto com muita clareza uma família. Daquelas de filme mesmo sabe? Mãe, pai, um filho e uma filha. Estavam todos muito felizes, as crianças brincavam de castelinho de areia e os pais tomavam um coco sentados naquelas cadeiras de plástico.
Havia algo de errado naquela família. Crianças obedientes e lindas, que brincavam bem perto dos pais, não iam pra longe, não saiam correndo pela praia dando trabalho; pais amorosos, pacientes e que se amavam. Fui me aproximando para decerto saber realmente como eram. E continuei a analisá-los com um olhar ainda muito convidativo. Parecia-me um filme. Uma cena de novela. Qualquer coisa que não fosse real. Sorriam a toa como se nada pudesse os abalar. Parecia uma família rica. E era. Rica de espírito. Consegui um lugar bem ao lado deles. E sentei olhando pro mar, pra ninguém notar a minha inquietação com a “família feliz“. A cena continuava a mesma. De vez em quando conversavam, sorriam uns para os outros, e continuavam felizes para sempre. Senti um pouco de inveja daquela família. Queria saber exatamente como era conviver num âmbito desses. Tentei puxar assunto com os pais e falei: “Praia calma, essa não é? Vejo que vocês gostam muito.” Não pude olhar em seus olhos, estavam de óculos escuro, o que me incomodava um pouco. Eles me responderam com muita gentileza em suas falas, concordando com cada palavra que eu havia dito. E com muita educação que eles tinham, a conversa foi fluindo de uma forma inimaginável. De repente, parecíamos velhos amigos. Conversamos sobre tudo, da ponta do dedo do pé até o último fio de cabelo. Falávamos sobre um amigo em comum que descobrimos ter, quando ouço uma das crianças vir a falar: “Mamãe, papai, olha o castelo que fiz...” E com muita leveza e calma a mãe e o pai se levantaram de onde estavam, sentaram ao lado do castelo e começaram a tocá-lo muito devagar. Das conchas até o último grão de areia do tapete. E o pai falou com um sorriso inteiro em seu rosto: “Lindo castelo minha filha, parabéns. Merece um picolé de morango, o seu preferido.” E voltaram para os seus lugares, tateando o guarda sol e a cadeira.
Fiquei em silêncio por alguns minutos, tentando entender o que havia acontecido. Eram mais felizes do que qualquer outra pessoa que eu já havia conhecido. E eles tinham um diferencial. Todos se levantam, arrumam tudo e dão entender que estão indo embora. Vejo a mãe colocando o filho no braço. Ele ameaça chorar, mas recebe um abraço bem aperto e aconchegante. E abre um sorriso.
E era assim que eu gostaria que fosse minha primeira crônica: sincera como esse abraço.


Dani Fechine

01 janeiro 2012

Mudando a rotina - New Year, se identifique se puder

Hoje já é ano novo. Vida nova né? Existe dia mais engraçado do que 31 de dezembro? Todo mundo muito louco pra ficar muito bonito na foto, nada pode sair feio. Aí o salão lota, aquelas fofocas não param, é uma mulher falando pra outra que roupa vai usar, que cor da lingerie dá mais sorte e por aí vai. Cada uma que fale o que convém. Nas unhas tem que ir ou o dourado, porque é bonitinho pra fim de ano, ou o vermelho pra dar sorte no amor. Dos dois, um. No corpo a gente só vê branco. É branco pra lá, banco pra cá, ninguém reconhece mais ninguém. Aí você encontra uns gatos pingados de amarelo, porque esses já foram pobres demais o ano inteiro, a expectativa agora é um ano novo repleto de moedinhas douradas. E sempre tem aquele que detesta Réveillon e por isso faz questão de vestir preto. Tem aquelas que não se importam em vestir preto, apenas tem que está bem vestida. E aí aparece naquela festa que tá bombando com o vestido preto mais colocado da face da Terra. Parece até que pegou um elástico preto e enrolou na terça parte do corpo. Os cabelos soltos, por favor, chamam mais atenção, dá muito mais charme. É isso que elas pensam. Mas você vai encontrar a do estilo comportada com uma trancinha bem delicada. Essa provavelmente não estará na festa cheia de DJ's. Bem, agora vem os lugares frequentados. Esse são indispensáveis comentar. Tem a comemoração em casa de família, que as pessoas tem que se esforçar um pouquinho pra ver os fogos de artifício. Nesse caso, não falta comida. Tem aquele que todo mundo vai depois da meia noite: praia. Show de graça resulta em apenas uma coisa: lotação. E lotação resulta em aperto. E aperto resulta em desconfortável. E ainda tem aquela sua tia encalhada do interior que vai até o mar só pra pular 7 ondinhas na esperança de conseguir um namorado. E vai por aí. Não é algo muito bom, mas é algo muito acessível. É só pra chegar no outro dia e dizer pra todo mundo que viu o sol nascer. Muito praxe. E agora, claro, tem que ter aquela festa paga né? Todo mundo muito arrumadinho. Mulher fresca que só anda de salto, camisa em homem só se for da Hollister, ou um regatinha branca pra mostrar os músculos. Mas tem que tá ou com uma bermuda xadrez e aquele tênis de playboy, ou um calça jeans muito bonita e de marca. Cabelo espetadinho, ou um moicano muito ultrapassado. Vai encontrar aquelas meninas vulgares, onde se encontra em todo lugar. Mas vai ver também umas mocinhas quietinhas e perdidas por lá. Ah! Ainda tem os playboys que ligam o som do carro [o paredão, aliás] nas alturas com aquelas músicas lindas e sem letra nenhuma. Mas cola milhares de piriguetes neles. Vai entender né? Acho que o carro que atraiu. E, claro, indispensável dizer como estão as pessoas por volta das seis, seis e meia da manhã. Todo mundo muito morto de cansado, bêbados e passando mal. Uns não aguentam mais a coluna e já se sentaram há muito tempo. Alguns namorados já estão de cara feia um pro outro, ou porque ela pegou ele olhando pra outra ou porque ele está bêbado o suficiente pra passar vergonha. E tem aqueles que essas horas estão no décimo terceiro sono, aqueles que não trocam seu sono por farra nenhuma. E aí vai ter gente acordando de meio dia, as quatro da tarde, vai ter gente dormindo o dia todo também. E agora só resta mais uma última coisa: "Me passa as fotos pra colocar no 'face'".

Dani Fechine