27 julho 2012

Escolha uma estrada

Assistindo a um desses programas do Pedro Bial, me veio uma vontade enorme de escrever sobre. O tema era felicidade. E aí com tantas opiniões, tantas discussões sobre o assunto, tantos desencontros, a gente percebe que felicidade é muito difícil. Muito difícil de falar, de encontrar, de deixar permanecer. É difícil saber o caminho. Porque a felicidade é o próprio caminho. Você pode dizer, resumindo em uma palavra, que felicidade é família ou Deus ou amigos ou você mesmo. Mas felicidade não se trata de nada disso. É muito mais do que receber um telefonema, uma carta, um recado. É muito mais que um abraço apertado de alguém que você não vê há muito tempo, alguém que foi e que não voltou cedo. É muito mais que um beijo amigo, que um carinho na nuca, que acordar com o pé direito. Felicidade não são momentos. Não é um estado de espírito, não é um sorriso no rosto, não é a gargalhada que você solta com uma notícia boa. Felicidade também pode ser tristeza. Felicidade vai de cada um. Alguns podem dizer que é amor. Mas o que é amor? O que te faz amar? Outros podem dizer que felicidade é simplesmente estar vivo, estar de pé, estar vivendo. Ter pessoas maravilhosas ao lado, te ajudando, te fazendo ser quem você realmente é. Isso tudo te faz feliz. Mas isso não é felicidade. Felicidade não é momentâneo, não é receber um chocolate ou um presente surpresa, muito menos matar as saudades de alguém distante. Felicidade é um direito e uma escolha. Ela não está nos milhões de amigos das redes sociais, nem nos números da agenda telefônica. Não estão nas mensagens que você recebe, nas roupas que você usa, no celular que você tem, nem nas suas unhas que cresceram. Você não encontra felicidade na sua escola junto com seus amigos nem quando recebe a ajuda de alguém. Você encontra e passa alegria. Mas também não há nada mais feliz que ver quem você ama feliz. Mas isso é o estado de espírito "estar feliz", logo, ainda não é felicidade. A felicidade você não encontra, mas procura. Felicidade é a busca por ela mesma. Ninguém nunca encontrará a felicidade. A felicidade é o caminho. Existe alegria e o ser feliz. E não são sinônimos de felicidade. Felicidade não se acha na dobra da curva, felicidade se busca. E já dizia meu querido Pedro Bial: Eu sigo em frente, felizmente. 

Dani Fechine

20 julho 2012

Meu melhor lado

Eu queria poder sair por aí abraçando todos os meus amigos. Pegar um carro, passar na casa de cada um e dizer o quanto eles são importantes pra mim e o quanto a minha vida depende deles. Mas só se eu pudesse fazer isso com todos. As barreiras geográficas me impedem de realizar qualquer sonho parecido com esse. Eu tenho os melhores amigos que alguém já quis ter. E eu os levo comigo aonde eu vou. Seja no outro lado do país, na região central, no outro lado da cidade, um vizinho, algumas ruas de distância, todos são meus anjos da guarda. E eu não os deixaria ir embora com tanta facilidade.Tenho amigos de muito tempo. Amigos de infância, sabe? Aqueles que, realmente, nunca desapareceram. E que o mundo pode acabar, as pessoas podem sumir, tudo pode dar errado, mas quando você olhar pro lado ela vai estar ali. Não esperando você se arrepender de algo, mas estando pronta pra dizer: "eu sempre estarei aqui". E é verdade. Ela sempre estará aqui.
Tenho aqueles amigos distantes também. Que se fazem mais presentes do que muitos que moram perto de mim. Amigos que eu desejo todos os dias poder abraçar bem forte e não querer mais sair do lado. Amigos que eu peço a Deus que nunca deixem de ser tão maravilhosos como são, tão bons e humildes. Amigos que, se eu pudesse escolher, seriam meus vizinhos. Grudados na minha casa, grudados em mim. São aqueles amigos que eu choro por terem surgido tão longe de mim e ao mesmo tempo tão perto. É uma das amizades mais preciosas que tenho; aquela que resolveu se esconder no Sul do país.
Eu tenho amigos que são do tipo "pra toda hora". Aqueles que a gente não conversa sempre, não ver sempre, não se abraça sempre, mas que sempre lembra todos os dias de quanta falta o outro faz. Amigos que se a gente pudesse guardaria num potinho fechado a sete chaves, com um lindo laço de fita vermelha, pra nunca ir embora, e estar sempre presente, em qualquer lugar. Esses amigos são aqueles que acham que a gente não se importa tanto, não ama tanto, não quer tão bem quanto imaginam. Esses amigos são aqueles que se enganam muito também pensando dessa forma. Aqueles amigos que se a gente pudesse gritar pra o mundo inteiro (de modo que todos ouvissem) o quanto a gente ama, e quer bem, e quer perto, e quer além do coração, só pra provar o quanto a amizade é forte, a gente gritaria.
Tem aqueles amigos do colégio também. Esses eu não podia deixar de lembrar. Porque com tanta gente a nossa volta, eles são os que mais nos conhecem e nos entendem. A gente, simplesmente, vive junto. Já viram minha cara de sono, de braba, de choro, de alegria, já me viram com maquiagem, sem, de cabelo feio, liso, cacheado, preso, solto, de farda, de havaianas, de tênis, de shorts e camiseta, de biquine. São aqueles amigos que constroem a sua segunda casa, seu segundo lar e se fazem presentes todos os dias como uma família, que conhece todos os seus defeitos e todas as suas qualidade e que mesmo assim convive com eles todos os dias e confia em você pra tentar melhorá-los. Eu os amo demais também.
Tem os amigos que são a sua própria família. De corpo, alma, sangue e sentimento. Que você pode até não se aproximar tanto, não confidenciar nada, não demonstrar muito, mas você ama imensamente e sabe que se um galho daquela árvore cair, tudo desmorona. Na verdade, eles são a raiz para qualquer início de amizade, sendo de fora pra dentro. Eles são a base e o topo. São nossa imagem conjugada em outro espelho.
E então os mais difíceis de falar. Uma mistura de tudo que você já conheceu e de que ainda vai conhecer. Amigos que eu posso chamar de irmãos. São uma mistura de família, de amigos distantes, de infância também. Uma mistura que deu certo. É a minha linda irmandade, que eu não deixo por nada. Não são simples amigos, simples pessoas. Dentro dessa família eu encontro abrigo, refúgio, abraço apertado e sincero, amizade verdadeira. Têm aqueles que são essenciais pra essa casa se manter de pé. Essenciais pra minha estrutura também se manter. São aqueles que não importa o quanto o tempo passe, o quanto as coisas mudem, eles sempre serão os mesmos. Serão sempre os irmãos que eu escolhi ter. Estarão sempre te passando alegria e te ajudando com suas angústias. Eu poderia até dividi-los com vocês, se eu não tivesse tanto ciúmes, se eu não os amasse tanto e se eu não os quisesse só pra mim. Guardadinhos no meu coração. Lá dentro se encontra de tudo. Desde o colega até o melhor amigo. Tem a mãe, que sustenta tudo aquilo, não deixa nunca a corda se arrebentar, e com tantos desencontros, ela consegue se equilibrar bem. Tem aquele que a gente se "confessa" sempre e que se ele não existisse não seria a mesma coisa. Tem o que nunca te deixa chorar, o que nunca te esquece, tem a que te ama desde muito tempo e que nunca deixou de amar; tem quem você duvide, mas que mesmo assim tem um carinho enorme; tem aqueles mais distantes que não deixam de ter um lugar guardado dentro do coração; você encontra também alguém bem próximo, que embora ele ou ela não saiba, você ama demais. Dentro da irmandade tem de tudo. E tem principalmente, eu, que não seria nada sem eles.
Feliz dia do amigo pra todos vocês que me cativaram e que me amam do jeito que eu sou. Eu agradeço sempre por ter todos vocês. E pode parecer clichê, parecer brega e meloso, mas quem tem amigos de verdade sabe que dizer "eu te amo" é muito pouco para o que realmente a gente sente.

Dani Fechine

Opção do coração

Seria injusto num dia como esse não dedicar alguma coisa a você. Quando a gente tem um amigo que pode chamar de irmão, não podemos pedir mais nada. Porque com ele encontramos e temos tudo. Depois que eu te conheci e que eu percebi que a vida com você ao lado se torna muito mais bonita e mais fácil, eu tive que te guardar comigo, aonde eu fosse. Como se você fosse uma espécie de amuleto da sorte. E realmente é. Quando eu pude perceber que sem você tudo perde a graça, eu quis te levar pra todos os lugares que eu estava presente. Quando eu percebi que se você não tivesse aparecido na minha vida, sem dúvida alguma, eu teria implodido, eu passei a valorizar cada momento de desabafo que você me proporcionou, cada abraço que serviu de tranquilizante e cada palavra de conforto que eu ouvi da sua boca. Tudo bem que nem sempre você sabe o que dizer, nem sempre nossas ideias são as mesmas, muitas vezes você está errado, muitas vezes eu também não quero ver a realidade, mas você sempre esteve ali. E eu te amo muito por isso, porque você nunca foi e nem nunca vai embora. E mesmo que a gente brigue, que a gente chore (e a gente realmente chora), nós sabemos que no final do dia tudo dará certo, porque é impossível deitar a cabeça no travesseiro sabendo que ficou algum mal entendido entre nós dois. Porque se um dia eu acordasse e você não estivesse mais ali como meu melhor amigo eu daria a volta ao mundo pra te encontrar. É como a gente ouve dizer por aí: se você não existisse eu teria que te inventar. E sabe porque? É muito difícil levar a vida a diante quando não se tem alguém que segure sua mão e diga que mesmo que tudo dê errado ele não vai sair dali. Alguém que não te deixa cair, mas se no chão você se encontrar, ele terá forças o suficiente pra te levantar. Um amigo que diga que você está errada e que tente te mostrar o caminho certo - mesmo sabendo que você não vai seguir. Todo mundo precisa de um melhor amigo pra viver. De alguém em quem confiar de olhos fechados, sem tirar nem por nada. Alguém que te veja feia ou bonita e mesmo assim te acha linda, alguém que já ouviu todas as besteiras do mundo saindo da sua boca, e mesmo sem achar graça nenhuma, riu de você e riu com você. Todo mundo precisa de um amigo pra compartilhar aqueles momentos errados que nenhum dos dois devia ter passado, mas já que passou, que um escute as sensações do outro. Um amigo que te escute com a maior paciência do mundo mesmo não sabendo o que dizer depois. Todo mundo precisa de alguém que te ame como você é! De vestido, de salto alto, de calça, de pijama, de chinelos, gorda, magra, feia, rindo ou chorando; você precisa de alguém que te ame naturalmente. Você precisa de alguém que seja seu lar. Sua morada. Sua terra do nunca. Você precisa de alguém que te conheça dos pés a cabeça, que saiba todos os seus defeitos - e que os critique -, mas que saiba também cada qualidade sua, cada bondade e cada motivo que te fez sorrir. É importante ter alguém que te siga, que te guarde pra sempre, que nunca te abandone e que nunca te falte. É necessário ter alguém pra chamar de "melhor amigo" e chorar se um dia algo vier a separá-los.
O que eu posso dizer é que eu tenho alguém com tudo isso que eu preciso. Eu tenho um melhor amigo que eu posso chamar de MEU melhor amigo. E se um dia ele vier a me deixar sozinha, eu irei até o fim por essa amizade. Porque melhor amigo não é namorado, não é amigo, não é colega. Melhor amigo é muito mais que isso. Amizade não tem essa de "idas e vindas". Ela simplesmente começa e não tem fim. Nos corações de cada um aquilo ali é pra sempre. E pode ser que um dia estejamos a léguas de distância um do outro, pode ser que o mundo nos coloque um pouco longe (fisicamente), mas eu irei até onde você está, lutando com tudo pra te ver. Porque você pode até se cansar de mim, mas eu nunca te deixarei em paz. E não que os outros sejam menos importantes, mas você é o meu tesouro que eu guardo comigo o tempo inteiro. E pra não deixar de dizer o que eu sempre te digo, eu termino esse texto com as três palavras mais sinceras e que resume toda a nossa amizade e cumplicidade: eu te amo.

Dani Fechine

04 julho 2012

Ainda somos os mesmos

Ele e ela. Nunca diriam que daria certo nem que daria errado, mas que sempre estariam juntos. Ele, lindo; ela, inteligente. Se o amor fosse só uma soma seria uma igualdade perfeita. Mas não. Antes da soma se faz a multiplicação. E foi nisso que erraram. Que errou. Nunca se viu falar de um sem lembrar do outro, não importa em que lembrança um dos dois viessem. Construíram histórias. Deixaram marcas em muitas pessoas. Ele, na sua fase romântica, teve lá suas decepções. Ela, na sua fase lúcida e arrependida, teve também o que chorar. Saíram juntos, enfrentaram chuvas (no sentido literal ou não), aguentaram o sol quente, pisaram fundo no acelerador, viajaram, sonharam, criaram, planejaram, choraram, procuraram um ao outro, passaram horas no telefone, brigaram, sorriram, se abraçaram como quem nunca mais iria sentir aquela sensação na vida, assistiram aos melhores filmes e aos piores também, comemoraram dia dos namorados, aniversários, trocaram presentes, cartões e beijos, foram e voltaram, foram e voltaram, foram e voltaram, foram e não voltaram. Nunca deixaram de trocar ligações ou sms em noite de natal e ano novo, separados ou não. O mais engraçado é que nunca deixaram de existir em dois a dois. Ela, nunca desacreditou. Ele, nunca soube o que pensar. O destino os une a cada esquina, seja num tropeço ou numa festinha de fim de tarde na casa dos amigos. Esse negocinho que chamam de destino é traiçoeiro. Se você acredita demais nele, tudo começa a fazer sentido. E aí ou você quebra a cara de vez em quando ou vai ser feliz pra vida toda. Em passos lentos da vida, um acelera e se iguala ao outro. E nada por vontade própria. Parece que tem alguém com um controle remoto guiando os dois. De repente a pilha acaba e eles param bem ao lado numa dobra qualquer da Highway. E se olham, e se falam, se abraçam, sorriem novamente, e vão embora na esperança de não se carregarem novamente. Ele sempre volta ou ela que nunca vai? Ela que sempre volta ou ele que nunca vai? O tempo passa e muda as pessoas. Mas dento continuam as mesmas. Ela o conhece melhor que ele mesmo. Mas nenhum dos dois entendem a si mesmo. Ela quer o melhor pra ele. Ele sabe disso. Ela deixa a antipatia de lado se é da delicadeza que ele gosta. Ele finge ser o mesmo, quando é do passado que ela sente falta. Os dois ainda andam por aí sem pressa, sem avançar sinal vermelho e parando em cada placa de "PARE!" que encontram por aí. De vez em quando se cruzam nas ruas, nos encontros, nas saída, nos amigos. De vez em quando se abraçam e se protegem. As vezes dançam, cantam e param. E como mais ou menos disse Tati Bernardi, os dois vão andando nessas linhas meio tortas mesmo, afinal, se não fossem tão tortas não teriam se cruzado um dia.

Dani Fechine