23 junho 2013

Por um Brasil

 Este não é mais um simples texto. O que vocês lerão agora é um relato de uma estudante que irá dormir e acordar orgulhosa e quem sabe esperançosa nos próximos dias. Depois de tantos acontecimentos nesse Brasil sem fim, sem nome e sem gente, o verdadeiro rei dessa nação se levantou. E não se levantou sozinho. Os jovens sempre serão as armas mais fortes contra um governo. E enquanto nós pudermos lutar por um país diferente e orgulhoso para as próximas gerações, a rua será o nosso lugar. Eu e todos os brasileiros  vestimos nossa cara e o nosso corpo de orgulho, satisfação e esperança. Esperança que se transfere um a um. Pouco a pouco. E a gente vai conseguindo criar o nosso tapete branco em cima de um país tão escondido e ao mesmo tempo escandalizado por trás do verde e amarelo. Estamos escrevendo a nossa Era. Uma Era mais digna de respeito, de atenção e de patriotismo no coração dos brasileiros. E quer saber mais, senhora presidente? Nós lutamos por um país diferente do qual se tornou. Nós lutamos contra uma nação egoísta, contra uma nação de "vida ganha", uma nação composta por umas pequenas dezenas de pessoas. Enquanto nós somos centenas de milhares. Nos temam. E nos ouçam. As ruas desse país foram tomadas porque nós acreditamos num futuro pacífico. Um futuro que nós iremos construir. Juntos nós somos um só. E um só nós somos muito maiores do que vocês.
Não há orgulho maior no peito de um brasileiro do que aquele que pulsa em todos. Ver os cidadãos tomarem as principais avenidas do país é de encher os olhos. E é também uma maneira exaltada de acreditar no amanhã. Acreditar que seremos ouvidos. E educados. Embora alguns poucos acabam por se aproveitar de uma situação de mudança. Vandalismo ao patrimônio público é ignorância.
Não havia uma causa única nesse dia 20 de junho de 2013. O que eu vi foram cartazes com mil e uma reivindicações. E não, isso não é falta de foco. O que vocês estão vendo todos os dias nas ruas do Brasil é apenas uma resposta à ausência governamental para com a educação, que sinceramente, é o ponto principal da questão. Todas as manifestações eram muito válidas. Eu vi estudantes e profissionais de saúde protestarem o Ato Médico, vi a luta pela anulação da PEC-37 e vi os desejos pelo passe livre, redução de passagens e mais conforto nos transportes públicos. Mas o que mais se clamou nas ruas do Brasil e do mundo todo foi a busca incansável pela educação, saúde e segurança. O copo já estava muito cheio. Foi a última gota d'água.
Um país que sedia uma copa do mundo, antes de tudo precisa sediar seus próprios habitantes, seus próprios patriotas. Um país que irá atrair milhares e milhares de turistas de todas as partes do continente, necessita, antes de tudo, de um povo educado. Esse mesmo povo que clamou por melhorias nas bases de um país desigual, é o mesmo que assiste a presidência da república, e outros mais, a usurparem o dinheiro público com estádios de futebol e tudo o que uma copa do mundo requer. Esse povo assiste a esse teatro. Mas não assiste quieto. E enquanto o Governo não investir na educação maciça, a história continuará a se repetir. É muito clichê dizer que "o gigante acordou", mas a verdade é que muita gente nem havia dormido. 

Dani Fechine

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