27 novembro 2013

Compartilhando amor e talento

Hoje eu vim mostrar pra vocês os Blogs, páginas e afins que costumo visitar, ler e me inspirar. São escritores fantásticos, alguns ainda em carreira construtiva e outros construídos até demais, porém, estão sempre compartilhando suas maravilhas conosco. Talvez sejam realmente os "queridinhos" do momento, mas não deixam de espalhar poesia e amor pelos quatros cantos da internet. Selecionei 4 dos quais eu mais leio e que, na minha humilde opinião de escritora amadora, são perfeitos no que fazem. Acredito que conheçam a maioria.

Em primeiríssimo lugar, e sim, esse tem ordem de importância no meu coração, é o Pedro Gabriel, autor do personagem "eu me chamo antônio". O Pedro Gabriel é o mais novo fenômeno da editora Intrínseca e acaba de lançar seu livro, onde deixou registrado e amado, seus guardanapos e sua criatividade infinda. É de se admirar muito uma pessoa com tanta alma. Posta habitualmente suas fotos no Instagram, na sua Fan Page e no Tumblr, sem falar no livro maravilhoso e um amor que já está em todas as livrarias do país (não estou fazendo merchandising, é só muita admiração guardada no coração). Ano passado fiz uma breve publicação sobre o seu trabalho, e lá você pode saber um pouco mais sobre essa expressão de amor em uma mesa de bar. (Segue o link)


Em segundo lugar, e já não estou em ordem de importância, trago o blog Entre Todas as Coisas, do Daniel Bovolento. Com uma cabeça a fervilhar ideias e um romantismo (ao menos nos textos) sem tamanho, Daniel encanta mais de 56 mil seguidores, com suas crônicas, contos e trilhas sonoras magníficas. Simpático e sempre interagindo com os leitores, o blog acabou de realizar uma seleção para colaboradores, de modo que foi exposto no site vários textos de autorias distintas, o que diversificou ainda mais o estilo e a versatilidade da página. E é claro, como uma leitora fiel do Daniel, eu deixo aqui o link do meu texto favorito dele. Chama-se: Como anda a minha vida (ordinária) sem você. É de uma sutileza, delicadeza e perfeição incrível. Ao terminar, tenho certeza, que irá se perguntar como ele conseguiu tanta veracidade. Eu chamo isso de talento. Dom. 


Em terceiro, me encanto dia e noite com o blog da Camila Paier, o Por Camila Paier. Camila, assim como eu, é uma estudante de Jornalismo que não mede esforços quando o assunto é 'relacionamento'. Fala e grita sobre tudo que sabe e pensa sobre o assunto, colocando nas entrelinhas muito amor, verdade e fatos. Como ela mesma descreve, tem opinião pra tudo e parece que entende a fundo qualquer ser humano. Conheci o blog há pouco tempo, mas já deixo aqui registrado o meu prestígio pelos seus textos e pela sua escrita. Poucos me prendem a uma sequência linear de textos, e esses, eu posso falar, não perco um sequer. 


Nesse último mês eu descobri o blog The bro code, do Ique Carvalho. Segundo o autor, ele escreve "tudo louco", e dessa forma vai jogando suas palavras num espaço em branco até que no final a gente é presenteado com uma maravilha em forma de texto. O que chama a atenção e nos prende na tela, é a forma diferenciada que Ique escreve em seu blog. Abandonando as normas justificadas e centralizadas, os textos são feitos quase que em forma de verso (ou são exatamente assim). Não cansa, não demora. Você começa e quando vê, já está se surpreendendo com o fim e querendo um novo pra não perder o ritmo. Ique é um humilde escritor e sabe (eu tenho certeza disso) que tem um talento incrível e um futuro grandioso. Essa última semana, se não estou enganada, um dos seus textos chegou a 134 mil curtidas, e eu posso dizer que, até agora, foi o melhor dele. O texto chama-se: Faça amor, não faça jogo. Vale a pena clicar e se apaixonar. 


E como um extra, eu preciso compartilhar de algumas leituras que faço semanalmente. Todos sabem que a Folha de São Paulo emprega dezenas de colunistas (e já deixo aqui o link da página dos colunistas), mas dois em particular (que, inclusive, sou fã de carteirinha) me fazem ganhar (porque ninguém perde tempo com uma maravilha dessa) tempo toda segunda-feira. Pois é. Gregório Duvivier e Tati Bernardi escrevem às segundas-feiras, sem falta. Então, todo início de semana já temos um lugar reservado para dar boas risadas, porque além de escritores fantásticos e admiráveis, esses dois conseguem colocar um humor impecável em cada linha que é escrita. Já acompanho a Tati Bernardi desde que comecei a escrever, 2010/2011, então não tem como não falar sobre essa veracidade incrível presente em seus textos. A Tati já publicou 4 livros e, inclusive, posso indicar "A menina que pensava demais", que tive a graça de ganhar de presente e guardo na minha estante como uma jóia. Embora seja pra faixa etária Juvenil, o livro encanta e colore a todas as idades. Também faz suas próprias publicações em seu Blog.  E o Gregório, todos sabem, é roteirista, criador e ator do canal Porta dos Fundos, e além de um comediante incrível, mostra-se um escritor ainda melhor. Já publicou dois livros (se não estou enganada, foram, sim, dois), elogiado por escritores muito renomados na literatura brasileira, como Millôr Fernandes (incrível, sensacional e genial) e Ferreira Gullar. Lançou o  livro "A partir de hoje eu juro que a vida vai ser agora" e há poucos dias lançou mais um, o "Ligue os pontos - poemas de amor e big bang". Como admiradora incessante dos seus escritos, deixo aqui o texto que me encanta sempre que leio. Acho incrível a capacidade singular que ele tem de expressar as suas ideias. O texto se chama: Túnel do Tempo. Vale a pena ficar ligado.

Post publicado por Dani Fechine

25 novembro 2013

"Pra sonhar"

Era domingo. O vento tinha o peso e a suavidade suficientes para não esvoaçar os penteados e para espalhar amor aos infinitos lugares daquele campo. O Sol nunca acordou tão brilhante e sorridente. Iluminava uma manhã que me parecia inesquecível, desde o momento em que ela começou a existir em pensamento. A primavera anunciava flores lindas nas copas das árvores. O colorido da manhã ficou por conta dos beija-flores e dos jasmins próximos ao lago. A grama verde me fazia lembrar a saudade que eu estava dos seus olhos fixados aos meus. Esse mundo inteiro que transbordava num olhar.

Eu não dormi. E você, sem dúvida, saberia disso. A cama de solteiro da casa dos meus pais não me fazia falta alguma. Não lembro quem inventou essa ideia de só nos vermos no altar, mas desde já, que fique claro, foi a pior ideia que já existiu. Detestei não ter seus braços enrolados nos meus e não sentir o cheiro dos seus cabelos. Meu quarto só cheirava ao Bob, aquele cachorro sarnento que minha mãe insiste em tratá-lo como um terceiro filho. Acordei. Graças a Deus. Tomei o banho mais relaxante da minha vida, numa ansiedade infinda pra te ver. Olhava-me no espelho enquanto me arrumava. O terno branco me favoreceu tanto quanto você falou que sim e, naquele momento, eu imaginei o quanto você ficaria feliz ao ajustar a minha gravata, naquela expressão de que o último toque necessariamente tem que ser seu. Eu estava prestes a subir no altar (ou o que quer que estivesse no fim do tapete). Aliás, nós estávamos.

Nunca vi lugar mais lindo. Os candeeiros que espalharam pelo campo me traziam a paz e luz precisas para dar poucos passos até você. O céu brilhava, os meus olhos brilhavam, o lago brilhava (como nunca) e meu coração explodia a cada minuto passado no relógio. Enquanto todos se acomodavam nas cadeiras brancas, com uns detalhes retrô, que você escolheu a dedo, meu irmão tentava acalmar minha ansiedade e a minha pressa em te ver caminhar para os meus braços.

Chegou o momento. E você não seria aquelas noivas atrasadas. Porque além de quebrar protocolos, exatidões e costumes populares (nada convencionais), você não atrasaria nosso momento de ser feliz. Pra sempre. Quando o Sol se posicionou na minha margem, você chegou com rendas cobrindo seus ombros, com uma tiara de flores bem simples no cabelo e, principalmente, com esse sorriso de rasgar um coração. O meu. Você veio devagar, sem salto, com os cabelos soltos mais loiros que o Sol, levitando sobre as pétalas de rosa que decoravam o caminho até mim. Eu quis ir te encontrar. Quis andar em sua direção e te carregar o mais depressa possível para o altar de madeira antiga acolchoado de tecido branco. Eu quis gritar “sim” antes do padre perguntar e quase tirei as alianças do bolso antes da cerimônia começar. Você trouxe, com esse encanto que não cessa, uma necessidade ansiosa em me ligar de uma vez por todas a você. E eu quase agradeci a presença dos convidados antes da hora, quase te beijei antes da permissão santa e por muito pouco eu não te levo pra casa antes da benção final.

Ajoelhamo-nos. Demos as mãos sem querer desgrudá-las jamais. Você me olhou com olhos-de-satisfação e me sorriu com sorriso-de-amor. Eu te retribuí com um sorriso branco pra te iluminar ainda mais. Em alguns minutos, com o vento soprando o seu rosto suavemente, a copa das árvores derrubando jasmins sobre nós e o Sol se despedindo e sendo testemunha dessa felicidade, você se tornou uma mulher casada com um homem até então um pouco desencontrado, mas que agora não se perde nunca mais. Você saiu de casa com os olhos pintados e marcados por rímel, com esse rosa suave em sua boca e um buquê pronto pra fazer mais uma noivinha feliz. Você deixou a casa da sua mãe ainda enrolada com um cara que remenda os óculos para não se desfazer deles, que compra livros como quem compra pão e que te ama mais do que tudo nessa vida, para se tornar esposa desse mesmo maluco, galanteador e estranhamente terno, ainda que completamente apaixonado pela melhor esposa do mundo.

- Hoje começa a nossa vida. Regada a carinho, companheirismo e amor. Eu passei sozinho por esse tapete de pétalas, mas faço questão de deixá-lo com as mãos grudadas nas suas, confirmando o que tenho dito: eu entrei como um só e agora saio sendo dois em um.

Dani Fechine

22 novembro 2013

7 maneiras de/para dizer eu te amo

“Eu te amo desse tantão assim.” Exclamou João, com um sorriso gigante no rosto e os braços abertos querendo abraçar o mundo inteiro com suas mãos pequeninas e cheinhas. Com suas maçãs do rosto coradas  e aquele brilho nos olhos que toda criança tem na inocência dos primeiros passos. Foi assim que ele conseguiu expressar todo o carinho e toda a proteção que sente quando se encontra no colo da mãe. Sua casa acolchoada, rendada, com perfume de rosas e um amor incomparável exalando por todos os cômodos. Quando encosta seu rosto no ombro dela. Quando agarra suas pernas fazendo birra de saudade antecipada. Quando alisa seu cabelo, emaranhando suas pequenas mãos nos pretos longos.  

"Saiu do colégio em disparado. Parecia que o mundo inteiro havia desmoronado de repente em sua cabeça. Foi só um “eu te amo” dito na hora errada ou simplesmente à pessoa errada. Uma declaração de adolescente num pátio repleto de alunos fardados, conversando, gritando, berrando aos quatros cantos. 13 anos. E parecia que uma vida de vergonha viria pela frente. “Pedro, eu estou apaixonada por você. Encontre-me no parquinho na hora do intervalo, por favor.” É verdade que um bilhete não é nada convincente. Mas foi a forma que Rita encontrou para explodir um amor que acabava de nascer. Rasteiro, inibido e desconcertante. Morreu de vergonha no parquinho, mas nunca se esqueceu do beijo na bochecha que recebeu. "

“Não dá pra ser feliz longe de você. Não dá pra dobrar a esquina e saber que essa é a última vez que vou olhar pra traz e te procurar acenando do portão. Não dá pra deitar a cabeça no travesseiro e não pensar em você. Não dá pra mudar o rumo das ideias. Dos sentimentos. Dos desejos. Das paixões. Sem você não dá pra acordar feliz. Não dá pra sorrir à toa. É impossível ser feliz sozinho (sem você). O dia amanhã vai amanhecer nublado. E o meu coração já está. Não dá pra acordar sem te amar. Eu te amarei ao dormir e quando abrir os olhos ainda vou te amar.” 

“Você é a paz em pleno meio dia, num trânsito estressante de São Paulo. Eu sou louco por você. 

“Eu te amo. E não falo porque hoje completamos alguns anos de casado. Não falo porque nós temos uma filha linda pra chamar de Helena. Não é porque o dia amanheceu mais bonito, mais sorridente. Muito menos porque é o nosso dia. Eu te amo porque quando você pisca os olhos eu quero viajar nesse mundo de turmalinas. Pelo simples fato de te ver acordando com esse sorriso matinal de quem vai ter o melhor dia do ano (mesmo sendo o pior). Eu te amo, meu bem, porque nada nesse mundo é tão lindo quanto mirar os seus trejeitos de longe e dizer a mim mesmo: estou vivendo com a mulher mais linda do mundo. Eu te amo por você conseguir me amar. Eu te amo e amo envelhecer ao seu lado. 

“Eu odeio você. Odeio esse seu sorriso torto de quem quer impressionar e não sabe como. Odeio esse seu olhar que desvia do meu. Odeio esse seu abraço de urso e essa sensação (perigosa) de proteção que você passa com ele. Odeio também os seus cabelos, o seu andar, a sua fala, a sua voz, a sua nuca, a sua mão pegando na minha, o seu jeito ameaçador a cada 10 segundos de intervalo ao estalar os dedos. Odeio sua camisa vintage, seu chapéu de malandro, seu mocassim azul navy, e o conjunto completo. Odeio odiar você.” 

“Há mil maneiras ridículas de dizer o que você precisa saber. Mas na verdade mesmo, o que todo mundo quer é sentir. Sentir a sinceridade, a gratidão, o apreço, a paz, o carinho, a amizade, o companheirismo, a união, a vontade, o desejo. Todo mundo, no fundo do coração, precisa mesmo é sentir amor. E não há que ser declarado, publicado, escancarado. Há de ser verdadeiro. Com todo clichê e franqueza que há nesse mundo: Eu sinto amor por você. Eu te amo.” 

Dani Fechine

04 novembro 2013

Carta de (des)culpa

"Pegue tudo que deixei no seu sofá cinzento, na sua cama desforrada, no guarda-roupa bagunçado e na sua vida desvairada. Beba aquele vinho seco que me faz lembrar você, naquelas taças que eram da minha avó e que talvez eu as ame mais do que qualquer outra coisa. Pode fazer isso sentado e na companhia de quem quiser. Mas não a coloque naquela poltrona que eu repaginei pra você. Levante dessa sua vida sem rumo, desamassa essa cara, cria uma história e, por favor, se cria novamente.

Deixei alguns dos meus cadernos na prateleira do quarto. Os pretos são os mais pessoais. Talvez você se encontre em algumas páginas, se tiver, ao menos, a curiosidade de lê-los. Talvez você queira bater na minha porta, me pedindo pra voltar, me implorando um amor que nunca te faltou, mas que você nunca se agarrou a ele. Se você abrir na página 18 do caderno marrom, verás que para tudo que aconteceu, houve uma explicação. E se folhear um pouco mais deixará cair algumas lágrimas. Mas, por favor, cuidado para não borrar a tinta preta da caneta que você me deu quando voltou daquela viagem sem fim pro outro lado do mundo.

Na página 20 eu quase te contei. Por questão de algumas linhas, alguns desvios de atenção e por muito amor, eu não saí correndo pelas ruas frias dessa cidade deprimente (sem você) pra te abraçar e, ao menos, te dizer um "até logo", "a gente se vê na próxima nuvem, na próxima estrela cadente" ou até "eu te amo". Eu quase mudei a minha vida e essa carta, quando escrevi a página 20. Mas quando passei a folha, os olhos já lacrimejavam à beça e sair sozinha com os olhos embaçados não me fariam chegar até você. Foi essa a desculpa que eu me dei pra continuar trancada dentro do sótão da casa dos meus pais. Eu criei desculpas o dia inteiro pra não pegar o meu casaco e ir em busca do seu sorriso, desse seu olhar que talvez me trouxesse de volta à vida. Fui mais forte que a minha insanidade e fechei o caderno. Virei para o lado e caí num sono profundo e só acordei no dia de dormir de novo. 

Já chegou na página 29? Desculpe-me. Eu não gostaria que fosse assim tão surpreendente, rápido, minucioso e desgastante. Espero que você esteja em boa companhia ou ao menos agarrado naquela almofada que compramos juntos – deixei, propositadamente, meu cheiro nela. Infelizmente, descobri muito tarde, e não poderia te deixar adoecer junto comigo. Seria egoísmo te fazer morrer aos poucos, só porque os meus dias estariam contados. Foi melhor sair assim, desavisada, despreparada, tentando deixar um ar raiva e desprezo dentro dessa casa. Da nossa casa.

Não culpe os outros por não te contarem. Acredite, nem quem te entregou esta carta sabia o que me rondava. Entrei em estado terminal muito antes do que eu imaginava. O que me preocupava era você e não eu. Desculpa se fiz vir à tona a raiva, o rancor, e agora a mágoa. Estou te escrevendo porque sei que lerá exatamente quando receber. Você não aguentaria não ter notícias minhas. Se é que um segredo é guardado mesmo, você foi o melhor deles.

Agora pegue aquela fotografia que tiramos no verão passado e que coloquei naquele quadro velho depois de umas boas mãos de tinta. Coloque os olhos em mim: esta é a última vez que me verás. Estou partindo. E onde eu estiver, estarei com saudades."

Dani Fechine