18 fevereiro 2012

Sonhos por entre sonhos

Quando a gente passa um tempo meio sozinho, sem ver ninguém, apenas alguns livros e apostilas jogados em cima da mesa, você começa a perceber que sente falta de muita coisa. Mais do que imaginava. Você começa a ter a síndrome da exclusão e mesmo sabendo que o afastamento foi consciente você pensa que todos gostaram da nova rotina. Meus pêsames, você está com sintomas de solidão. O cansaço da semana te impede de pensar sobre o assunto e de querer a presença de alguém. Livros e professores são tudo que você costuma ver e ouvir. Uma rotina pesada que se torna leve no fim do dia. Só você mesmo sente essa leveza e só você mesmo sabe o que faz essa leveza. Existem detalhes que te fazem amar todas as aulas, fazer todos os cálculos e tomar todas as xícaras de café. Além disso, há um certo sonho que te faz acordar todos os dias as 6 da manhã, dormindo apenas 6 horas por dia. É o suficiente, talvez, mas é muito pouco pra quem precisa "desestressar". É uma rotina que precisa ter foco. Aliás, tudo na vida precisa ter determinação. Nenhum sonho deve ser comparado ao horizonte. Você ver bem de longe, e ele é belíssimo. Mas quanto mais se aproxima mais distante ele fica de você. Ele precisa ser como um segmento de reta. Ter começo e ter fim. Onde o fim é a realização e a concretização. E você ainda se pergunta pra que estudar Matemática não é mesmo? Tudo há um porque. Nem que este só se encontre muito no futuro.
Mas sim... É no caminho do seu sonho que você encontra migalhas de um passado. Ou de um novo sonho. Diz a História que passado foi feito para estudar o presente. E talvez seja por isso que você bata tanto de cara com ele no meio do caminho. Quando você tem um sonho, milhares de desejos começam a aparecer no meio dele. E cabe a você realizá-los ou não. Quando o cansaço te consome e o final de semana se aproxima você não quer nada mais que alguém pra ficar cansado com você. Uma conversa que te faça rir. Na verdade, alguém que te faça rir. Você quer que chegue a sexta-feira a noite e seu celular toque, nem que seja uma carinha fofinha numa mensagem. Nada acabou, é só uma pausa. Mas sempre existe uma pessoa que te faz viver um ano em dois dias. E não importa o tamanho da dor de cabeça, você espera ouvir só uma voz antes de dormir. Esses sonhos pequenos dentro dos maiores são o que chamamos de 'saudade de um passado que ainda não passou'. Nesse exato momento você se pega pensando se isso já aconteceu com você. É um pouco complexo de explicar mas não é tão simples de acontecer quanto se imagina. Não é apenas ter um desejo e pronto, o gênio da lâmpada traz a saudade. Não, não é assim. É como se realmente o passado se entrelaçasse no futuro e fosse reproduzido no presente. Um passado que nem mesmo existiu e um futuro bem arquitetado pela sua cabeça. Parece loucura, mas podia ser verdade. E claro, como todos os últimos desabafos de uma blogueira pouco assídua, isso são apenas palavras jogadas num fundo floral esperando, quem sabe, algum entendimento. 

Dani Fechine

"Ela acreditava em anjos, e porque acreditava, eles existiam." Clarice Lispector

Nenhum comentário:

Postar um comentário

"Aproveita que a melhor parte é de graça e feita com mais amor do que cabe em mim." (Tati Bernardi)