04 julho 2012

Ainda somos os mesmos

Ele e ela. Nunca diriam que daria certo nem que daria errado, mas que sempre estariam juntos. Ele, lindo; ela, inteligente. Se o amor fosse só uma soma seria uma igualdade perfeita. Mas não. Antes da soma se faz a multiplicação. E foi nisso que erraram. Que errou. Nunca se viu falar de um sem lembrar do outro, não importa em que lembrança um dos dois viessem. Construíram histórias. Deixaram marcas em muitas pessoas. Ele, na sua fase romântica, teve lá suas decepções. Ela, na sua fase lúcida e arrependida, teve também o que chorar. Saíram juntos, enfrentaram chuvas (no sentido literal ou não), aguentaram o sol quente, pisaram fundo no acelerador, viajaram, sonharam, criaram, planejaram, choraram, procuraram um ao outro, passaram horas no telefone, brigaram, sorriram, se abraçaram como quem nunca mais iria sentir aquela sensação na vida, assistiram aos melhores filmes e aos piores também, comemoraram dia dos namorados, aniversários, trocaram presentes, cartões e beijos, foram e voltaram, foram e voltaram, foram e voltaram, foram e não voltaram. Nunca deixaram de trocar ligações ou sms em noite de natal e ano novo, separados ou não. O mais engraçado é que nunca deixaram de existir em dois a dois. Ela, nunca desacreditou. Ele, nunca soube o que pensar. O destino os une a cada esquina, seja num tropeço ou numa festinha de fim de tarde na casa dos amigos. Esse negocinho que chamam de destino é traiçoeiro. Se você acredita demais nele, tudo começa a fazer sentido. E aí ou você quebra a cara de vez em quando ou vai ser feliz pra vida toda. Em passos lentos da vida, um acelera e se iguala ao outro. E nada por vontade própria. Parece que tem alguém com um controle remoto guiando os dois. De repente a pilha acaba e eles param bem ao lado numa dobra qualquer da Highway. E se olham, e se falam, se abraçam, sorriem novamente, e vão embora na esperança de não se carregarem novamente. Ele sempre volta ou ela que nunca vai? Ela que sempre volta ou ele que nunca vai? O tempo passa e muda as pessoas. Mas dento continuam as mesmas. Ela o conhece melhor que ele mesmo. Mas nenhum dos dois entendem a si mesmo. Ela quer o melhor pra ele. Ele sabe disso. Ela deixa a antipatia de lado se é da delicadeza que ele gosta. Ele finge ser o mesmo, quando é do passado que ela sente falta. Os dois ainda andam por aí sem pressa, sem avançar sinal vermelho e parando em cada placa de "PARE!" que encontram por aí. De vez em quando se cruzam nas ruas, nos encontros, nas saída, nos amigos. De vez em quando se abraçam e se protegem. As vezes dançam, cantam e param. E como mais ou menos disse Tati Bernardi, os dois vão andando nessas linhas meio tortas mesmo, afinal, se não fossem tão tortas não teriam se cruzado um dia.

Dani Fechine

4 comentários:

"Aproveita que a melhor parte é de graça e feita com mais amor do que cabe em mim." (Tati Bernardi)