11 março 2011

Brincando com o passado

Saudade é um agora que não volta mais. É um futuro que não virá.
É a brincadeira de um dia de criança, o abraço de um pai, um beijo de um amor que não demos valor, o sorriso de um amigo que se distanciou, uma briga com a melhor amiga, é um choro de saudade. Saudades é lembrar e colocar um sorriso no rosto só porque aquilo aconteceu, mas ao mesmo tempo derramar uma lágrima por tudo isso ser passado. É olhar pra frente e ver que o seu futuro não será como você imaginou quando criança, que a inocência está cada vez mais extinta. É observar tudo a sua volta e ver que o ódio e o rancor predominam, e o amor... ah, são poucos que nascem com esse dom. Saudade de uma família, da foto de natal e ano novo, de assoprar as velinhas e fazer um pedido, de chorar por não ganhar um presente no aniversário da irmã, de abrir um sorrisão só por causa de um doce, de brincar sem se preocupar com a vida e com o que as outras pessoas irão achar. Saudade do medo de dormir sozinha, do medo de cair ao andar de bicicleta, do medo de errar ao fazer uma chamada oral da tabuada. Saudade da praia de manhãzinha, de fazer castelinhos de areia, com baldes e pázinhas, saudades de pular as ondas,
de ser carregada no colo do meu pai com medo dos sargaços do mar, de comer batata frita sem medo de engordar, de tomar refrigerante e achar aquilo a melhor coisa do mundo. Saudade de tudo, de todos que passaram por minha vida e deixaram um sorriso verdadeiro, de todos que me fizeram aprender com os erros e de tudo que vivi quando criança, principalmente.
Saudades enormes.


Dani Fechine

Um comentário:

"Aproveita que a melhor parte é de graça e feita com mais amor do que cabe em mim." (Tati Bernardi)