28 março 2011

Não entendível

O que antes era o assunto mais termido, agora o mais comentado. Tudo começa bem de repente, a gente leva um tombo pequeno, daqueles que não caimos totalmente, depois sentimos um empurrão querendo nos apresentar o chão, mais uma vez somos fortes o suficiente para nos equilibrar. Mas ai basta uma brisa fraca e a gente não aguenta o peso, a dor, a solidão e a saudade. E infelizmente, nesse momento, a gente cai. O mais incrível é que sentimos que o que menos queremos que aconteça, vai acontecer. A gente sente e sofre por antecipação, ainda tem mais essa. O ser humano é mesmo muito estranho. Era melhor sofrer só uma vez. Bastava. Mas ai o coração aperta, e aperta muito, e o pressentimento que julgamos ruim se aproxima cada vez mais. E da mesmo forma que tudo começou, de repente, também acaba. O tombo não é tão grande, mas o choro é incalculável. Nos tornamos uma criança quando não é ouvida, ou até mesmo quando esperneiam e fazem birras no shopping center querendo brinquedos. Realmente a gente volta a nossa infância. Aquele abraço da avó que a gente recebia quando chegava da escola, hoje a gente quer pra derramar as lágrimas. O pirulito que se ganha quando come todo o almoço, e vale ressaltar que a felicidade é inconfundível, hoje a gente quer pra se consolar. O cabelo que a gente não queria cortar, hoje fazemos questão de fazer isso, só pra ver se a autoestima aumenta um pouco. Funciona, mas por pouco tempo. Ele vai crescendo juntamente com sua dor. E é tão inútil essas formas de tentar esquecer algo ou alguém. O único remédio são os amigos, ou pelo menos aquelas pessoas que sabem te fazer sorrir. Quando seus dentes são mostrados e aquela gargalhada é ouvida por todos, eu garanto que naquele momento tudo que te aflingia e te preocupava foi embora, voou para bem longe, e só voltará quando você estiver sozinho mais uma vez. O problema está ai. A dor sempre volta. Aí você se pergunta: Então, ela nunca vai embora, não é mesmo? Não, não é mesmo. Não a sol sem tempestade. Então antes das melhores coisas da sua vida acontecer você precisa passar por momentos imprevisíveis e sentimentalmente dolorosos, que te ajudem a crescer pisciologicamente e emocionalmente e que te deixem forte para enfrenter outros nas próximas fases. Você precisa desses momentos pra poder dar valor aos bons e aos que você sempre quer que se repitam. E não importa o quanto a gente escreva tampouco o quanto a gente tente expressar tudo que sentimos e até mesmo aquilo que se passa dentro de nós que ainda não descobrimos o nome. Dizem que é amor, mas pra mim tem outro nome. Vou decifrá-lo. Enfim, não vai importar também quem esteja com você, nem o que você estude. Não importa o seu trabalho nem as horas que você passa na academia. Você nunca vai conseguir expressar a dor e a saudade em palavras emprobrecidas. Você só quer uma presença, uma única pessoa ao seu lado. E sempre vai ser aquela que menos vai estar com você. A ausência vai ser sempre daquele que você mais ama, que você mais quer, que você mais precisa, que você mais pensa, que você mais sente, e que você menos tem. Nada muito entendível, nada muito explicável. Só sou digna de sentir.

Dani Fechine

Um comentário:

  1. Me emocionei cada linha dizia o que realmente sinto, são tão banais mas se referem a mim de uma forma sútil .

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"Aproveita que a melhor parte é de graça e feita com mais amor do que cabe em mim." (Tati Bernardi)